Equipes do Plano de Recomposição das Aprendizagens (PRA) já iniciam ações nas SREs

Foram realizadas mais de 400 visitas em escolas estaduais. Serão priorizadas ações de formação socioemocional, treinamentos sobre metodologias ativas e planejamento pedagógico diferenciado

25/07/2023
-
5 min de leitura

O Plano de Recomposição das Aprendizagens (PRA) já está sendo implementado nas escolas da rede estadual por meio das equipes capacitadas pela Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) para atuação nas Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Na primeira etapa de implantação foram  realizadas reuniões de alinhamento, avaliação das demandas e necessidades de cada instituição, bem como o planejamento das ações.

Em todo o estado, as equipes dos Núcleos de Gestão Pedagógica Regional (NGPR) estão indo às escolas, mais de 400 instituições já receberam a visita nos últimos meses. “As ações do plano de recomposição das aprendizagens seguirão ao longo de todo o segundo semestre letivo, quando pretendemos fortalecê-las a partir da análise e avaliação dos dados quantitativos e qualitativos do monitoramento.”, afirma Graziela Trindade, Superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE-MG. 

Ela explica que, por meio da implementação dos planos de recomposição elaborados e consolidados pelas escolas, é esperado o desenvolvimento das habilidades e competências não trabalhadas ao longo dos dois últimos anos, por impacto da pandemia. 

Michella Darc, especialista em Educação Básica da Escola Estadual Governador Bias Fortes, em Ituiutaba,  conta que na instituição já foram feitas reuniões administrativas com a secretaria escolar, com a equipe PRA e com professores, e que já estão finalizando o planejamento para o segundo semestre. Serão priorizadas ações no âmbito da formação socioemocional, treinamentos sobre metodologias ativas e planejamento pedagógico diferenciado. 

“Achei muito interessante a metodologia porque a equipe do PRA esteve conosco na hora de construir o nosso planejamento. Eles partem da nossa realidade e nos direcionam em todas as esferas da escola para ver onde estamos e nos trazem reflexões quanto ao que podemos melhorar. Então, a equipe vai estar com o professor e trazer um material rico para proporcionar reflexão e apoio, para que nós consigamos, efetivamente, colocar em prática essa recomposição de forma bem assertiva e direcionada”, ressalta a especialista. 

As equipes NGPRs das SREs têm atuado na identificação dos projetos interdisciplinares em construção que podem viabilizar o trabalho da equipe PRA e oportunizar a consolidação das habilidades de recomposição. Conteúdos como o Material de Apoio Pedagógico de Aprendizagem (MAPA-MG), o Jornal e o Caderno LUPA estão sendo utilizados no desenvolvimento das atividades pedagógicas do PRA. 

O diretor da Escola Estadual Bolivar de Freitas, em Curvelo, Rodrigo Carvalho, relata que as ações do PRA na instituição estão sendo implementadas de maneira sistêmica, organizada e prática e destaca que a equipe formada é muito competente e tem se desdobrado pelo sucesso das estratégias. “Essas ações são  necessárias  para fortalecer o aprendizado dos  alunos com maior dificuldade de aprendizagem,  buscar a ascensão social e manter o fluxo escolar, evitando a reprovação, o  abandono e a evasão. Assim como a distorção  idade-série  nos níveis  de ensino”, completa o gestor. 

Planejamento, estratégia e ação

Composto por um conjunto de ações, o PRA tem o objetivo de garantir o direito à aprendizagem e assegurar o desenvolvimento de habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), que não foram consolidadas pelos estudantes durante o período de ensino remoto ocasionado pela pandemia. A iniciativa, que é regulamentada pela Resolução SEE nº 4.825/2023, conta com três eixos estruturantes: a evasão escolar, os aspectos socioemocionais e a recomposição das aprendizagens. As ações estão estruturadas em planejamento, execução e monitoramento. 

“Fizemos a apresentação da proposta, da equipe e a formação sobre o que é recompor as aprendizagens, para todos os gestores escolares e especialistas da educação básica. Nas primeiras visitas, identificamos as fragilidades da equipe gestora, como dificuldades em se apropriarem dos resultados, entendê-los e tratá-los; dificuldades em trabalhar por habilidades e planejar a partir disso”, conta  a  Supervisora Regional de Educação da SRE de Curvelo, Magda Ribeiro. Com essa estratégia, além de reduzir o tempo de implementação, a superintendência optou por apontar um caminho viável que integrasse os projetos da SEE às ações já existentes nas escolas. 

O próximo passo da SRE de Curvelo, de acordo com Magda, é entregar às escolas, a partir da análise dos seus resultados, as habilidades com mais erros em todas as turmas e um banco de dados com habilidades e atividades para trabalharem na Intervenção Pedagógica, no Reforço Escolar, em sábados letivos e no dia a dia da sala de aula, com projetos interdisciplinares.

“A equipe do NGPR da Superintendência já se reuniu conosco e nos orientou. Em cima das interferências que eles fizeram, nós elaboramos nosso plano de ação para ser desenvolvido com todas as turmas a partir de agosto.”, ressalta Suelha Freitas, diretora da EE José Paranaíba, em Santa Vitória, pertencente à SRE de Ituiutaba. A gestora destaca que a escola já realizou intervenções pedagógicas, de reforço e rodas de conversa com as famílias e com os estudantes, no âmbito emocional. “É como se já estivéssemos preparando o solo para plantar as sementinhas em agosto com todo vapor. Consideramos de grande relevância a iniciativa desse projeto. Estamos aqui firmes, fazendo o melhor possível”, vibra Suelha. 

Foto: SEE-MG/Divulgação