Governo de Minas e MPMG lançam o ‘Ginga’, projeto para construção de uma educação antirracista nas escolas públicas

Educadores e estudantes estarão envolvidos na promoção da equidade racial em projeto que alcançará toda a rede estadual de Minas Gerais

04/12/2024
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Com foco na promoção da equidade racial, o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciaram nesta quarta-feira (4/12) o projeto educacional ‘Ginga: Construindo uma Educação Antirracista em Minas Gerais’.

Com duração de 18 meses, a expectativa é que a iniciativa impacte diretamente as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) do estado e as cerca de 3.400 escolas da rede estadual.

O projeto abraça o cenário da rede de ensino pública, composta, majoritariamente, por estudantes autodeclarados negros ou pardos: 62,6% das matrículas das escolas estaduais. No projeto Trilhas de Futuro, o maior em formação técnica profissional da história do estado, essa média é ainda maior, atingindo 66,7% nas cinco edições. 

O secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, reforça que a construção de uma educação antirracista é um compromisso de toda a rede estadual, envolvendo educadores, gestores e estudantes. 

“O Ginga soma-se aos esforços constantes da SEE de trabalhar a pauta antirracista nas nossas escolas. Inicialmente, será uma escola de cada uma das 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) do estado. Trata-se de uma capacitação formativa para gestores, professores e estudantes”, explicou. 

Representando o MPMG, a promotora e coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação (CAO-EDUC),  Ana Carolina Zambom, destacou a escola como um espaço para promover mudanças na sociedade. 

“Por meio de ferramentas teóricas e práticas, haverá debates em sala de aula sobre pautas antidiscriminatórias. Não podemos ser um espectador passivo desse cenário e o projeto é uma proposta de mudar uma mentalidade promovendo o debate em sala de aula entre alunos, professores e comunidades”, disse. 

Metodologia 

O Ginga aposta em uma abordagem prática e formativa para garantir que a temática racial seja discutida com profundidade e sensibilidade nas escolas. A metodologia inclui a distribuição de materiais como a Cartilha de Verbetes para uma Educação Antirracista, vídeos didáticos e Diretrizes Pedagógicas Propositivas, que auxiliam no uso pedagógico dos conteúdos.

Neste primeiro momento, a metodologia foi apresentada para as Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Serão 18 meses de trabalho coletivo com workshops virtuais e presenciais, nos quais a pauta será proposta em diferentes canais de comunicação, para atingir diferentes linguagens e públicos. “Acompanharemos de perto esse processo, criando as condições necessárias para que o projeto alcance os resultados esperados”, ressaltou a diretora do Instituto Agô, Iara Viana, uma das idealizadoras do projeto.

Melhorias de indicadores 

O alinhamento do Ginga com outras iniciativas do Governo de Minas, como o Trilhas de Futuro, vai reforçar a importância do protagonismo juvenil e da gestão estratégica para a melhoria contínua da educação no estado.

A meta é engajar 35% das escolas da rede estadual até o final de 2025, por meio da atualização dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) das escolas, aperfeiçoando o cumprimento da Lei 10.639/03.

Além disso, indicadores qualitativos e quantitativos serão monitorados, como o aumento no sentimento de segurança entre professores para abordar o tema em sala de aula.  “É uma abordagem que exige um trabalho constante. Hoje, mais de 60% da nossa rede são de estudantes negros e vamos trabalhar sobre respeito ao próximo de forma diversificada, tanto por professores no processo de ensino e entre os estudantes também no aprendizado”, reforça o secretário.

Lançamento e parcerias

O evento de lançamento foi realizado em Belo Horizonte e contou com a participação de representantes da SEE, MPMG e de instituições parceiras, como Instituto Pela Educação de Resultados (IPER) e o Instituto Agô, responsável pela metodologia do Ginga.

Entre os presentes, a promotora de Justiça Ana Carolina Zambom, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação (CAO-EDUC); o promotor Allender Barreto Lima, da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Outras Formas de Discriminação (CCRAD); e Renata Guimarães, assessora do MPMG – Núcleo Semente.